sábado, 31 de janeiro de 2009

MÚSICA E POESIA

Pensamento vem de fora
e pensa que vem de dentro,
pensamento que expectora
e que no meu peito penso.
Pensamento a mil por hora
tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora
sem o meu consentimento?
Se tudo que comemora
tem o seu impedimento,
se tudo aquilo que chora
cresce com o seu fermento;
pensamento, dê o fora,
saia do meu pensamento.
Pensamento, vá embora,
desapareça no vento.
E não jogarei sementes
em cima do seu cimento.

Arnaldo Antunes

2 comentários:

Eu sou a Fabiana Carneiro, disse...

Arnaldo Antunes o poeta poliglota da palavra: vivo, em movimento e curto! Certeiro!

Eu sou a Fabiana Carneiro, disse...

Oi! Quanto tempo!! Só agora consegui recuperar o meu blog, mas ainda não recuperei os seguidores... Se ainda estiver a fim de ler os meus devaneios, aparece lá! Beijão!!

http://oav3sso.blogspot.com